
As declarações, excepcionalmente diretas, ocorreram durante uma homilia na praça de São Pedro, por ocasião do final das celebrações do "Ano do Padre".
Falando a cerca de 15 mil clérigos, o pontífice disse que este ano, que deveria servir para celebrar o trabalho dos padres, acabou maculado, já que "os pecados dos padres vieram à luz, particularmente os abusos dos pequenos".
"Insistentemente imploramos perdão de Deus e às pessoas envolvidas, ao mesmo tempo em que prometemos fazer tudo o possível para assegurar que tal abuso jamais ocorrerá outra vez", disse ele.
A Igreja tem enfrentado denúncias de pedofilia no clero em diversos países, particularmente nos EUA e na Europa, e o próprio papa acabou sendo acusado de leniência em relação a um padre pedófilo, na época em que era arcebispo de Munique (Alemanha), há mais de 30 anos. A Igreja diz que a responsabilidade era de um subordinado dele.
No seu sermão, o papa, de 83 anos, prometeu também controles mais rígidos da Igreja na escolha do clero.
"Ao admitir homens para o ministério sacerdotal e na formação deles vamos fazer de tudo para pesar a autenticidade da sua vocação e para fazer todos os esforços no sentido de acompanhar os padres ao longo da sua jornada, para que o Senhor lhes proteja e assista em situações turbulentas e em meio aos perigos da vida", declarou.
Bento 16 disse ainda que os mais de 400 mil padres católicos do mundo devem ver os abusos sexuais e sua repercussão como "um chamado à purificação" sua e da Igreja.
Cinco bispos da Europa já renunciaram por causa dos escândalos. Um deles admitiu ter cometido abusos. Outro está sob investigação, e três sofreram críticas pela forma como lidaram com casos de pedofilia.
Há dois meses, uma pesquisa na Alemanha mostrou que a maioria das pessoas havia perdido a confiança na Igreja, e que cerca de um quarto dos católicos do país cogitava mudar de credo.
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